Nos últimos meses, um questionamento vem rondando conversas entre profissionais de marketing, redatores, criadores de conteúdo e gestores de SEO:
“Se as pessoas estão buscando respostas direto na IA, ainda vale a pena investir em marketing de conteúdo?”
Essa é a uma dúvida legítima, afinal alguns estudos já mostram como os usuários estão menos dispostos a clicar em links nos resultados das pesquisas orgânicas, como mostra uma pesquisa feita pelo Pew Research Center.

Os dados da pesquisa mostram que os usuários clicam em links tradicionais apenas 8% das vezes quando uma AI Overview aparece, comparado aos 15% quando não há resumo de IA presente.
Esses dados mostram que o que está acontecendo, na verdade, é uma mudança profunda no jeito como as pessoas buscam e no jeito como os buscadores respondem.
Por isso, ao invés de abandonar a produção de conteúdo, a pergunta certa a se fazer é:
Como adaptar o que produzimos para essa nova forma de buscar, encontrar e consumir informação?
E é aqui que entram dois conceitos fundamentais para esse novo paradigma das estratégias de conteúdo:
- GEO (Generative Engine Optimization)
- AEO (Answer Engine Optimization)
Se você trabalha com conteúdo, SEO, branding, inbound ou qualquer estratégia digital, entender esses termos agora é tão essencial quanto entender (ou tentar entender) o algoritmo do Google foi há alguns anos.
Vamos te explicar tudo neste artigo.
A mudança no comportamento de busca: de perguntas ao Google para conversas com IA
Tradicionalmente, as pessoas digitavam palavras-chave no Google e navegavam por links. Hoje, cada vez mais gente está pulando essa etapa e fazendo perguntas diretamente para IAs como ChatGPT, Gemini e Perplexity.
Exemplos:
- “Qual o melhor CRM para pequenas empresas?”
- “Como melhorar o engajamento no Instagram em 2025?”
- “Vale a pena investir em conteúdo de blog?”
Essas perguntas não são respondidas com uma lista de links. São respondidas com resumos, recomendações e insights gerados por IA, com base em conteúdos já existentes na web.
Ou seja: a IA responde com base no que ela encontra e entende online.
É aí que entra o GEO.
Leia também: Inteligência artificial é legal, mas o público ainda prefere gente de verdade
O que é GEO (Generative Engine Optimization)?
GEO é a sigla para Generative Engine Optimization, ou Otimização para Motores de Geração.
Na prática, GEO significa adaptar seus conteúdos para que eles sejam compreendidos, citados e utilizados por IAs generativas ao responder perguntas dos usuários.
Enquanto o SEO tradicional foca em aparecer nas primeiras posições do Google, o GEO busca aparecer como base de conhecimento e fonte confiável para respostas geradas por IA.
Como otimizar conteúdo para GEO?
As estratégias para otimização de GEO não substituem o SEO, elas o complementam. Na verdade, um bom SEO é o primeiro passo para um GEO eficiente.
Mesmo assim, estruturamos o guia abaixo para te ajudar na otimização dos seus conteúdos:
1. Estruture seu conteúdo com clareza e hierarquia
- Responda diretamente: Vá direto ao ponto. As IAs valorizam conteúdos que respondem à pergunta principal logo no primeiro parágrafo.
- Use subtítulos como perguntas: Transforme seus subtítulos (H2, H3, etc.) em perguntas diretas que o seu público faria. Isso ajuda a IA a identificar a estrutura do seu conteúdo e extrair as respostas.
- Formato de fácil leitura: Use listas, bullets e parágrafos curtos. Conteúdos bem organizados e fáceis de escanear são mais propensos a serem processados e usados por IA.
2. Foque em dados e autoridade
- Cite fontes confiáveis: Sempre que possível, inclua links para estudos, relatórios e instituições renomadas (como IBGE, Gartner, universidades). A IA valoriza a credibilidade e a veracidade das informações.
- Inclua dados e estatísticas: Dados numéricos e estatísticas tornam o conteúdo mais objetivo e confiável. As IAs têm preferência por informações concretas e verificáveis.
- Use dados estruturados (schema markup): Use marcações como o schema.org para ajudar a IA a entender o tipo de conteúdo na sua página (avaliações, receitas, FAQs, etc.). Isso facilita a leitura e a extração de dados relevantes.
3. Crie conteúdo de alta qualidade
- Linguagem natural e acessível: Escreva como você fala. Evite jargões desnecessários e use uma linguagem que ressoe com o seu público. A IA busca conteúdos que soam “humanos” e são fáceis de entender.
- Aborde a intenção da busca: Pense nas perguntas que a sua persona faria. Em vez de apenas focar em palavras-chave, crie conteúdos que realmente resolvam o problema ou respondam à dúvida do usuário.
- Atualize o conteúdo regularmente: Conteúdos recentes e atualizados são mais valorizados pelas IAs. Mantenha seu site com informações frescas e relevantes para o seu nicho.
Ao implementar essas práticas, você não só melhora seu posicionamento nos mecanismos de busca tradicionais, mas também aumenta a probabilidade de seu conteúdo ser escolhido e citado pelas IAs, garantindo sua relevância na nova era da busca generativa.
Outro aspecto bastante importante da otimização para IAs é o “knowledge cutoff“, detalhamos esse importante conceito a seguir.
O que é Knowledge Cutoff nas LLMs?
O Knowledge Cutoff (ou corte de conhecimento) funciona como a data de fechamento de uma biblioteca: até aquele dia, todos os livros e artigos foram arquivados; dali em diante, nada mais entra nas prateleiras.
Isso significa que o modelo só pode consultar “os livros que já estão na estante”, não sabendo por conta própria o que aconteceu depois dessa data.
Por exemplo: um modelo treinado até setembro de 2021 não conhece os acontecimentos da Copa do Mundo de 2022 ou o boom da IA generativa em 2023.
Para compensar, alguns modelos mais avançados têm a capacidade de “visitar a biblioteca da internet” em tempo real, complementando seu acervo fixo.
Resumindo:
- O Knowledge Cutoff é a memória estática do modelo (o que ele sabe por padrão).
- A busca em tempo real é a memória dinâmica, que atualiza e complementa o conhecimento.
Essa distinção é fundamental para quem trabalha com GEO (Generative Engine Optimization), já que determina como estruturar e otimizar o conteúdo para cada engine.
Na tabela abaixo relacionamos alguns modelos das principais plataformas de IA Generativa, seus respectivos “knowledge cutoffs” e estratégias de otimização recomendadas
Tabela: Knowledge Cutoff e Estratégias de AEO por Engine
Engine / Modelo | Knowledge Cutoff | Busca em tempo real | Estratégia AEO recomendada |
---|---|---|---|
ChatGPT GPT-4o | Out/2023 | Não (salvo navegação) | Criar blocos definicionais curtos; citar fontes; manter conteúdo evergreen. |
ChatGPT GPT-4 | Abr/2023 | Não | Estruturar conteúdo explicativo; usar exemplos atemporais; reforçar autoridade temática. |
ChatGPT GPT-3.5 | Set/2021 | Não | Produzir conteúdos básicos e intro; ideal para FAQs e definições perenes. |
Microsoft Copilot | Variável | Sim | Produzir conteúdo factual; otimizar SEO para Bing; usar formatos HowTo e FAQ. |
Google Gemini (geral) | Variável | Parcial (Google) | Usar schema avançado; manter páginas atualizadas; respeitar Google-Extended. |
Google Gemini 2.5 Pro | Jan/2025 | Sim | Priorizar conteúdo atualizado; inserir estatísticas recentes; estruturar dados em tabelas. |
Claude (Anthropic) | Jan–Mar/2025 | Sim | Criar narrativas contextuais; oferecer análises aprofundadas; citar fontes externas claras. |
Perplexity AI | Interno | Sim | Fornecer dados primários e estatísticas; headings claros; incluir fontes confiáveis. |
Meta AI (LLaMA) | Interno | Parcial | Fortalecer menções de marca; trabalhar entidades; garantir presença multicanal. |
Assim, o Knowledge Cutoff funciona como um mapa de limites:
- Engines com cutoffs antigos → preferem conteúdos definicionais e evergreen.
- Engines com busca em tempo real → priorizam dados atualizados, estatísticas e fontes primárias.
- Engines parciais (combinam interno + web) → valorizam marca forte, schema e consistência multicanal.
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E o que é AEO (Answer Engine Optimization)?
Enquanto o GEO foca em IAs generativas, o AEO (Answer Engine Optimization) é voltado para os mecanismos de resposta direta, como featured snippets do Google, a Search Generative Experience (SGE) e até dispositivos de voz como Alexa ou Google Assistant.
O AEO visa fazer com que o seu conteúdo seja a resposta direta que aparece nos resultados sem cliques.
Você já viu isso:
Pergunta no Google: “Como fazer bolo de cenoura?”
Resposta destacada: Um parágrafo com o passo a passo, antes de qualquer link.
Essa resposta vem de um site otimizado para AEO.
Como otimizar conteúdo para AEO?
Para otimizar seu conteúdo para AEO, você deve pensar como uma IA que precisa extrair a informação mais precisa e concisa para apresentar ao usuário.
As ações não diferem tanto das recomendações sobre GEO, mas vale a menção nessa seção com o enfoque na geração de respostas:
- Respostas Diretas e Concisas
A principal regra do AEO é ir direto ao ponto. A IA busca a informação mais curta e precisa para responder à pergunta.
- Vá direto à resposta: Inicie seu parágrafo ou seção com a resposta exata para a pergunta. Não enrole.
- Use listas e tabelas: Estruturas como listas e tabelas são fáceis de escanear e extrair. Elas são ideais para a IA capturar informações organizadas e apresentá-las de forma clara.
- Otimize para “Snippets em Destaque”
Os “snippets em destaque” do Google (caixas de resposta) são a forma mais próxima do que uma resposta de IA se parece. Otimizar para eles é uma excelente prática para AEO.
- Estruture em formato de pergunta e resposta: Crie seções de perguntas e respostas claras, usando subtítulos (H2, H3) como perguntas diretas. Por exemplo: “O que é AEO?”, seguido pela resposta concisa.
- Crie parágrafos concisos: Responda à pergunta com um parágrafo de 40 a 60 palavras, ideal para ser extraído como uma resposta direta.
- Use Dados Estruturados (Schema Markup)
O Schema Markup é essencial para o AEO. Ele ajuda a IA a entender o contexto e a hierarquia do seu conteúdo, tornando a extração de informações mais precisa.
- Schema de FAQPage: Use este tipo de marcação para suas seções de perguntas frequentes. Ele sinaliza para a IA que a página contém perguntas e respostas diretas, facilitando a extração.
- Outros Schemas Relevantes: Considere usar marcações para receitas, produtos, avaliações, ou qualquer outro tipo de conteúdo que possa ser extraído diretamente.
- Mantenha a Qualidade e a Autoridade
A IA, assim como os motores de busca, valoriza a credibilidade. Respostas geradas por IA tendem a vir de fontes confiáveis.
- Seja uma autoridade no nicho: Crie conteúdo aprofundado e completo. A IA busca a fonte mais confiável para não cometer erros na resposta gerada.
- Crie conteúdo preciso e factual: Evite informações subjetivas. A IA prefere dados concretos, estatísticas e fatos verificáveis.
- Adote a Linguagem Natural
Escreva da forma como as pessoas falam e pesquisam. A IA é treinada em linguagem natural e prefere conteúdos que soem humanos e autênticos.
- Use um tom conversacional: Isso facilita a identificação de palavras-chave de cauda longa (long-tail keywords) e a intenção de busca, aumentando a chance de seu conteúdo ser extraído como a resposta.
- Responda a perguntas complexas: Vá além das respostas simples. Se a pergunta for complexa, divida a resposta em sub-tópicos claros e diretos.
O AEO não substitui o SEO tradicional, mas o complementa. O objetivo é ajustar a forma como você apresenta suas informações para que elas se tornem a escolha ideal para a IA, transformando seu conteúdo em uma resposta final em vez de apenas um link para uma página.
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GEO e AEO funcionam juntos?
Sim, e devem.
- O GEO garante que o conteúdo seja compreendido e citado por modelos de IA que geram respostas longas e conversacionais.
- O AEO garante que o conteúdo seja destacado como resposta imediata nos mecanismos de busca tradicionais e híbridos.
Na prática, bons conteúdos hoje precisam considerar SEO + AEO + GEO, atuando em várias frentes:
Estratégia | Foco | Exemplo |
---|---|---|
SEO tradicional | Ranking nos resultados do Google | Link na 1ª página para “estratégias de conteúdo 2025” |
AEO | Destaque direto nas respostas | Featured snippet com bullet list |
GEO | Fonte usada por IA generativa | ChatGPT citando sua explicação para um usuário |
“Vale a pena investir em conteúdo, então?”
Mais do que nunca.
Só que agora, o conteúdo precisa estar pronto para ser encontrado, lido por pessoas — e interpretado por IAs.
Investir em conteúdo relevante, bem estruturado, com linguagem natural e utilidade real nunca foi tão importante.
As IAs precisam se alimentar de algo. E o que alimenta os modelos são os conteúdos publicados por marcas, especialistas, empresas e criadores.
Marcas que publicam conteúdos úteis, com intenção clara e boa estrutura, têm mais chances de:
- Serem citadas por IA em respostas;
- Aparecerem nas novas interfaces de busca;
- Construírem autoridade no novo ecossistema digital.
O conteúdo não morreu. Ele evoluiu.
O marketing de conteúdo está longe de acabar. O que muda é o cenário, os intermediários e a forma como as respostas são entregues ao público.
Se antes a luta era por cliques, agora a missão é ser fonte.
Se antes pensávamos em palavra-chave, agora precisamos pensar em intenção de pergunta.
Na Agência Auro, já estamos adaptando a nossa produção e a dos nossos clientes para esse novo contexto, e este artigo é um exemplo vivo disso.
Se você quer entender melhor como adaptar sua estratégia de conteúdo para aparecer nas buscas feitas por IA, vamos conversar. A revolução já começou, e quem se posicionar agora, sai na frente.
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